Declaração de interesse:
Não sou fã do treinador Vítor Pereira. Nada tenho contra a pessoa, mas sempre senti falta de
Alma no profissional Vítor Pereira.
Parafraseando o inenarrável Presidente do Santos, esta época do FC Porto caminha a passos largos para a tragédia.
Com um investimento superior a 30 M€, um plantel pago a peso de ouro e com o lastro de uma época memorável, a este FC Porto eram exigido os serviços mínimos: Campeonato, 2ª fase da Champions e um qualquer caneco nacional (Super-taça, Taça de Oeiras ou Taça da Cerveja).
Vamos a factos, positivos e negativos.
Primeiro as más noticias:
- Deficiente planeamento da composição do plantel (é aqui que normalmente os clubes começam a ganhar as épocas), com excesso de jogadores em determinadas posições e falta de soluções em alguns sectores da equipa. Neste particular, o treinador é o menos culpado, pois quem contrata e vende os jogadores é a SAD.
- Praticamente nulo o “upgrade” trazido pelas contratações (Alex Sandro, Defour, Mangala, Iturbe, Kleber). Eu sei que os sul-americanos necessitam do período de adaptação(?!), eu sei que o puto Iturbe está no “laboratório”, bla´, blá, blá…
- Ausência ou melhor, orfandade de jogador à Porto! Jogadores na linha de João Pinto, Jorge Costa, Baia, Bruno Alves, já não moram no Dragão e não é o “sono” do Helton que vai ter mão no balneário.
- Este ano até o adjunto é, a falta de melhor adjectivo, fraquinho. Não esquecer que foi 2ª escolha, depois do Santa Clara ter recusado a saída de Bruno Moura.
- Sem “reforços”, o FC Porto precisava que os jogadores que transitaram da época passada, mantivessem o mesmo nível. Otamendi está ao nível de Polga, ou seja, é ali que está o “ourinho”; Fucile foi uma amostra do rapazola reguila e traquina, mas com alma e coração de Dragão; Sapunaru desapareceu, talvez ande perdido num túnel qualquer; Fernando esteve de saída mas não saiu…demorou 2/3 meses até regressar ao nível; Guarin, qual efeito J.J., pensou que era melhor do que aquilo que realmente é; Belluschi foi-se eclipsando e tem a porta da saída escancarada; Varela a contas com várias lesões ainda não atingiu o nível que já patenteou e resta Cristian Rodriguez, esse
Case Study do futebol moderno – a prova de que a Picanha é prejudicial a quem tem que manter a linha.
- O modelo de jogo – Sem dinâmica e com vários (muitos) equívocos, o FC Porto apresentou um futebol pouco mais que sofrível e se foi ganhando aqui e ali, deve-o como é obvio, à mais valia de alguns dos seus jogadores.
- O treinador é por maioria de razões culpado neste estado de coisas, não sendo o único e na minha óptica, o principal. Mas meter Maicon a defesa direito (Fucile/Sapunaru), Hulk a ponta-de-lança (Kléber/Walter/pedir outro avançado à SAD), insistir em Cebola Rodriguez (James/Varela/Iturbe) e acima de tudo não ser capaz de transmitir a mensagem e de fazer passar as suas ideias e concepções de jogo para a equipa, são decisões de Vitor Pereira.
- A SAD é o elemento de equilíbrio desta verdadeira maquina de vencer que se chama FC Porto, mas não é infalível! Com a saída de Falcao e principalmente de André Villas-Boas, era nítido que o FC Porto tinha dois caminhos – O da aposta na continuidade como se veio a verificar no início da época, com Pereira e manutenção de jogadores que reclamavam o fim de ciclo; ou o da renovação do plantel (limpeza cirúrgica), que é o que estamos a assistir neste momento, com saídas de jogadores para o Brasil(???), Genova(???) e outros destinos, mais ou menos exóticos e em negócios no mínimo embaraçosos, para a tão afamada gestão e capacidade negocial da SAD portista.
- A “teimosia” da SAD em reconhecer que Kleber está “verde” e que é manifestamente curto para as ambições do FC Porto.
- 5 pontos de distância para o Benfica. Com o Porto forte acredito que «as faixas não estão entregues», mas temo que esse Porto forte ficará guardado para a próxima época.
Agora vamos às boas noticias:
- A estrutura e organização do FC Porto, não sendo perfeita, é de longe a que melhor responde em situações como esta. Estamos encostados à parede, o adversário está forte e com vantagem, mas o saber e inteligência de Pinto da Costa e seus pares irão com certeza encontrar a melhor solução para este enorme equivoco que dá pelo nome de Vitor Pereira e consequente péssimo planeamento para esta época.
- A qualidade dos jogadores do FC Porto – Quem tem Helton, Alvaro Pereira, Rolando, Fernando, Moutinho, James e Hulk, sabe que tem alguns dos melhores jogadores nacionais e até a nível europeu.
- A “revolução de novembro”, após a eliminação da Taça de Portugal, às mãos da Académica de Pedro Emanuel, operada por Vítor Pereira (sai um ponto a favor do mister, finalmente!), deixou visível qual era o caminho a seguir. Foram riscados do mapa algumas vacas sagradas e foi dado o primeiro passo para o
Day After.
Sem querer ser «Juiz em causa própria», tenho em alguns dos colaboradores deste blog (não é Sofio!) testemunhas de que sempre tive muitas duvidas e poucas esperanças de que esta nau chegasse a bom Porto (estava mesmo a pedi-las :).
Por estes dias, a ditadura do "mercado" irá ditar leis e os planteis irão sofrer alterações, e por isso mesmo o FC Porto estará activo.
As saídas deverão passar por Walter – Cruzeiro (confirmado), Fucile – Santos ( por confirmar), Guarin (Inter Milão?), Belluschi (Genova?), Sapunaru (?) e Souza(?).
Em sentido inverso, as entradas apontam para Marc Janko (ex – Twente) que chega para o lugar de ponta de lança e chega ao Dragão com 3 a 4 anos de atraso, visto que em tempos foi apontado ao Dragão; El Comandante estará de regresso ao Porto, e acreditem meus caros, é aqui que Pinto da Costa aposta todas as fichas! Lucho Gonzalez poderá funcionar como o click que esta equipa necessita para voltar à luta. Eu não tenho tanta fé...
Entretanto a SAD do FC Porto irá partir para a preparação da próxima época, claramente sem Vitor Pereira, mas com esta troika em cima da mesa: Paulo Bento, Carvalhal e AVB (sim o russo não fecha bem a mala).
Sabem quem sou,